sábado, 30 de abril de 2011

Um café e uma boa música, por favor.



Prepara uma boa xícara de café preto. Coloca uma lista de reprodução com as músicas que mais te confortam no momento para tocar. Abre um arquivo novo e tenta por uma ordem nessa confusão dentro da sua cabeça. Cada gole do café será uma idéia ou sentimento, melhor dizendo, já decifrado. As músicas vão servindo para organizar esses sentimentos. Amor, paixão, desilusão, sofrimento. Cada estrofe consegue expressar perfeitamente cada grãozinho disso que você ta sentindo. E você escreve, vai transformando em frases aquilo que não tem palavra que descreva. Mas você escreve. Pega um biscoito doce pra tirar esse amargo da boca e da alma. Um só não adianta, pega logo uns três. A cada estrofe nova e gole de café tomado é um novo sentimento que se liberta e você o analisa. Analisa e chega a conclusão de que não sabe nada sobre ele. Não sabe como ele apareceu, de onde veio, por que está contigo e nem aonde ele quer te levar. Mas sabe que ele contribui pra esse desconforto dentro de ti. E ai você derrama tudo em forma de palavras, como um bêbado que trata de vomitar todo o álcool que ingeriu. E surgi um alivio momentâneo. Até outra música começar e você recordar momentos que viveu e novos sentimentos se libertam.
No final, quando o café já esfriou e a lista de reprodução ta tocando a ultima música, você percebe que aquele arquivo novo não serve pra nada. Por que sentimentos não precisam ser decifrados, entendidos e muito menos organizados. Você só precisa sentir. Sentir com cada músculo e com toda a intensidade que você tem. Por que sentimentos assim fazem você se sentir vivo. 


sábado, 23 de abril de 2011

Aquela frescura chamada amor



Chega a ser engraçado a confusão que eu sinto por causa desse tal de amor. Quer saber? Ta pra nascer sentimento mais fresco. Não se decide nunca. Vai ou não vai, quer ou não quer, ama ou não ama. Muda de opinião como quem pisca o olho. Não dá certo isso não. Olha aqui seu Amor, escuta bem, ta na hora de você tomar um rumo certo ou então eu, eu... Droga! Eu não posso fazer nada. Por que além de fresco você tem mais autonomia que eu. Esqueci que você resolveu aparecer por aqui sem avisar e sem pedir licença. Você sabia que eu estava mantendo distância dessas suas manias idiotas. Mas não... Achou bonito meu medo de amar. Achou bonito meu pânico só por pensar em te sentir um dia. Achou legal a opinião que tinha de ti e resolveu aparecer só pra provar que cada vírgula que eu acreditava estava totalmente errada. 
Resolveu se acomodar no meu peito, dentro daquele negocio que eu chamo de coração e fazer o que bem entender dele. Nem aluguel você paga e ainda acha que pode dizer quem eu amo ou quem eu deixo de amar. É mesmo um sentimento muito folgado. E pra piorar minha situação, ainda resolve amar alguém que não ta nem ai pra mim. Eu só acho, Amor, que você ta muito amargo e que ta na hora de você arrumar suas coisas e ir embora. Ou então trate de escolher outra pessoa pra eu amar. Por que a ultima... Você tava drogado quando escolheu, não foi? Não é nada pessoal, Amor. É só que eu tava querendo um tempo sozinha. Na verdade, eu quero mesmo é o meu coração vago pra a Felicidade vim me fazer uma visita. Ela se recusou a aparecer por aqui enquanto você ainda estiver ocupando esse lugar e teimando em amar aquela pessoa. Eu sei que vocês geralmente fazem uma bela dupla, mas ela disse que você errou mais uma vez. Pisou na bola feio em não avisa-la que tava de mudança para o meu coração e resolveu tomar todas as decisões sozinho. Então amor, eu só quero te avisar que entre as suas frescuras e as frescuras da Felicidade, eu escolho a segunda. Talvez, quando você fizer as pazes com a Felicidade, aí a gente conversa melhor e se entenda. Mas agora não. Cansei de você, Amor. 


sexta-feira, 22 de abril de 2011

É tudo culpa dessa carência


Ei menina, pare de ser boba. Você e essa sua mania de aumentar as coisas. Desde quando um “oi” tem que ser acompanhado de um “senti sua falta”? Não, não é assim que as coisas funcionam. Por que está me olhando e sorrindo desse jeito? Ta vendo? Basta um simples e mínimo vestígio de atenção pra você se tornar pura euforia. Calma, abaixa um pouco a bola. Isso ainda pode acabar contigo. É sempre assim, você fecha os olhos e abre os braços disposta a abraçar o mundo e como recompensa você recebe uma porra de uma facada nas costas. Calma, não chora. É tudo culpa dessa carência que você tem dentro de si. Essa carência de um carinho, de um abraço apertado, de palavras ao pé do ouvido, de um olhar sincero e de um sorriso leve e verdadeiro. Essa carência infinita de coisas simples mas tão distantes. Calma, não precisa me abraçar assim não. Eu bem sei que tudo isso faz falta, mas é só pra você parar de ser boba. Por que nem tudo é o que parece, menina.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

I got a problem...


        Descobri, por conta própria mesmo, que tenho sérios problemas em lidar com pessoas. Pessoas em geral, crianças, adolescentes como eu e adultos. Na verdade acho que esse meu problema está diretamente ligado ao meu problema em conversas. Tenho sempre preguiça de falar e nunca sei como começar um bom e duradouro diálogo com alguém. Às vezes nem precisa ser duradouro ou bom, mas mesmo assim eu não consigo. Então eu prefiro ficar calada. E ai tudo já começa bem errado. As pessoas passam a ter uma imagem errada de mim, me acham metida, grossa e muitas outras coisas que eu ainda não sei por que nunca me falaram. Não que eu me importe com isso, eu até gosto às vezes. Por que quando um milagre acontece e essas pessoas passam a me conhecer melhor, elas percebem que não sou nada disso. Ai ou elas vão embora de uma vez, ou elas, de alguma maneira, gostam do meu jeito estranho e complicado e ficam do meu lado. Por que, aqui pra nós, eu sou muito chata. Quem bem me conhece sabe que na maioria das vezes eu sou insuportável e só gostando muito de mim pra me aguentar. Acontece que eu tenho medo que esse problema acabe me prejudicando de alguma forma que ainda não descobri qual é. Falar é algo fundamental ao ser humano. Ok, eu não gosto de falar. Não gosto de fazer aquilo que mais facilita a socialização do individuo. E agora? Vou morrer sozinha? Menos drama, Manu. Mas, de verdade, falando sério, será que é errado preferir o silêncio?  


terça-feira, 19 de abril de 2011

Deixa subentendido

Oi amor!

(Tava online esse tempo todo? Por que não veio falar comigo? Tava ocupado? Senti sua falta. Tenho sentido todos os dias. Você sente a minha? Não tem mais vontade de conversar comigo? Eu sei, na maioria das vezes, você que tinha que puxar assunto. Eu nunca fui boa com isso e você sempre soube. Então amor, por que não me chamou? Eu também fiquei online o dia todo. Nem um “oi”. Não se preocupa em saber mais como eu estou? O que aconteceu? Eu ainda me preocupo com você, ta? Mesmo você não querendo. Você não me procura a algum tempo. Isso me machuca demais, sabia? Como esqueceu de mim tão rápido? Eu não sou mais a primeira pessoa que você procura quando fica online, não é? Triste saber disso. Quem você procura agora? É aquela tal menina? Você ta conversando com ela agora? Ela também tem problema com assunto assim como eu? E se tem, você puxa algum só pra conversa não acabar? Como você costumava fazer. Você conta suas besteiras pra ela? E ela ri de todas? Por que eu ria. Eu sempre ria de tudo. A conversa de vocês é tão interessante quanto a nossa? E dura tanto tempo como a nossa durava?  Como você conseguiu gostar de outra tão rápido? Ela fica online o dia todo conversando só contigo? Você conta seus segredos pra ela? Ela te entende tão bem? Responde-me com sinceridade agora, eu fui especial pra você? Sei lá, às vezes, você ainda pensa e mim? E talvez se pergunte o que eu estou fazendo? Então amor, se só restou mesmo amizade, por que não conversa comigo como amigos? Só amigos mesmo. Por que nem como amigo você fala comigo. Você tem medo que eu vá te agarrar? Pois tenha mesmo, por que eu posso fazer isso. Ou você tem medo de que eu não te largue nunca mais? Por que eu posso fazer isso também, se você quiser. O que acha de sairmos um dia pra conversar? Como amigos. Sim, só amigos. Que tal, sábado? Vai ta ocupado? Ah, vai sair com ela. Ela é prioridade agora, não é? Eu já fui sua prioridade? O que acha de domingo então? Vai pensar? Pensa direitinho, ta? Eu juro não te agarrar pra sempre. A não ser que você queira. Mas você não vai querer por causa dela, não é? Tudo bem. Já pensou? Domingo não vai dar? Vai ta ocupado? Poxa. Quando então? Parece que você ta me evitando. Será que se a gente passar horas conversando como antes, você se apaixona por mim de novo? Seria legal. Mas isso não vai acontecer, ok? Calma. Vamos conversar só como amigos. Pode dizer a ela que não é pra se preocupar. Por quê? Não, claro que eu ainda te amo. É só que sua paixão é tão passageira que eu não quero que ela passe por mim novamente. Por que não? Por que eu to tentando ser forte agora. Já disse que tenho vontade de te agarrar, mas não vou. Isso é de uma força imensa, já percebeu? Por que quero sair contigo então? Por que eu quero provar pra mim mesma, e não sei pra quem, que consigo ficar do teu lado e mesmo assim conversar e sorrir normalmente, mesmo isso me matando por dentro. Sim. Eu ainda te amo. Muito. Mas vou parar com isso. Eu juro.)

Tudo bem contigo?


Botão verde


Passo pela minha lista de contatos no celular como quem não quer nada. Como quem só quer achar o seu nome. Eu acho. Lá no finalzinho. Aquele nome que antes estava como favoritos, pois era rotina te ligar sempre. Olho para o seu número, quero apertar logo aquele botão verde e ouvir tua voz de uma vez para, quem sabe, acalmar minha saudade. Uma vontade insuportável de conversar contigo. Como fazíamos nos velhos tempos. Passar longos minutos no telefone falando sobre nada e sobre tudo. Assunto nunca foi o meu forte e você sabia disso, porque sempre inventava alguma coisa e a conversa sempre rendia. Você me fazia sorrir. Era como se meu dia finalmente estivesse completo. E eu ia dormir feliz.
Mas agora parece que falta algo. Já não conversamos, malmente trocamos uma ou duas palavras.  Como me esqueceu tão rápido? Como esqueceu o numero do meu telefone de uma hora pra outra? Você também não me liga mais. Não tem essa necessidade de falar comigo, isso não te faz falta. É como se nada tivesse acontecido. Como se antes não fizesse nenhuma diferença e você conversava comigo apenas para ter alguma coisa pra fazer antes de ir dormir. Você ia dormir feliz assim como eu?

Então olho novamente para o seu número. A maldita vontade de apertar o botão verde continua lá, firme e forte. Cada vez mais forte. Vai, espera só ele dizer alô. Isso já é o bastante. Depois você desliga. Aperta esse botão logo, diz pra ele que só ligou para ouvir a voz dele e que ta com saudade. Diz que só ligou pra saber se ele ta bem. Mas ele pode estar pensando em qualquer outra garota. Ele não pensa mais em mim. Vai faltar assunto e ele não vai se importar. Ele já não se importa mais. Vou ser obrigada a desligar. E vai doer. Doer muito, por que mais uma vez a realidade vem pra esfregar na minha cara que eu o perdi.
O que eu faço agora? Agora é a hora que, com muita relutância, eu aperto o botão vermelho. O botão verde ainda é tão tentador. Fico com o coração apertado por não ouvi tua voz. E com a maldita vontade de você que não passa. Ela nunca passa. E também com um vestígio de lágrimas nos olhos por acabar com todas as minhas expectativas de, quem sabe, ir dormir feliz essa noite. 


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Caia na real!




Chora, garota. Chora por esse amor não correspondido. Transforma em lágrimas toda essa sua dor e chora. Mas chora bastante. Deixa secar esse sofrimento. Vai, eu te entendo, pode chorar. Chora por esse canalha que ousou desistir de você. Ele não merece uma lágrima sua, mas chore. Chore por piedade, tenha pena desse coitado que não sabe o que perdeu. E enquanto chora, trate de colocar o seu pensamento a seu favor. Não pense no que perdeu quando ele, tão idiota, decidiu ir embora. Pense no que ganhou, por que você ganhou sua liberdade. Agora você pode mostrar a todos o quão mulher você é e que não precisa de um homem do seu lado pra provar isso. Use sua melhor maquiagem: seu sorriso. Por que ele é lindo e não deve ser apagado pelas suas lágrimas. Se olhe no espelho e veja a única pessoa que é capaz de te fazer feliz. Caia na real e deixe o seu amor próprio florescer novamente. Você é tão linda, garota. Apaixone-se por você. 


domingo, 17 de abril de 2011

Declaro culpado

Sabe, eu não quero te culpar. Você me avisou que nós dois tínhamos chegado ao fim. Era pra eu seguir minha vida, porque você seguiu a sua. Você me avisou que “nós dois” tínhamos deixado de ser “nós” a muito tempo. Você me avisou que não sentia mais nada por mim. Achei digno de sua parte quando disse que não queria me iludir e então largou todas as verdades que me arrebentou o coração. De verdade, achei bem digno. Eu vou sofrer agora, mas depois vai passar, pior se você mentisse para mim. Eu não quero te culpar por você ter posto para fora aquilo que estava sentindo (ou que não sentia mais), só por que isso tem acabado com meus dias. Só por que isso tem fodido com minha vida nas últimas semanas. Eu não quero te culpar por que, no fundo, eu te entendo.
Mas acontece que meu coração ainda dispara quando você aparece lá no final do corredor do colégio ou no ponto de ônibus na hora da saída. Acontece que meus olhos ainda ardem quando uma amiga me conta que te viu com outra por ai. Minhas mãos ainda suam quando fico perto de você e meu coração aperta cada vez mais forte quando você vai embora. Minha mente ainda procura por cada vestígio de conversa que tivemos só para tirar meu sono quando deito na cama de noite.
Acontece que eu ainda não consegui te esquecer. E isso ta me machucando.

Então eu preciso culpar alguém por essa dor. E, mais uma vez, você é a primeira pessoa que eu penso. Então eu te culpo. Culpo-te por fazer meu coração disparar mesmo a metros de distância. Culpo por você ficar por ai com outra garota enquanto eu estou aqui pronta pra dividir esse amor com você. Aposto que ela não gosta nem metade de você como eu gosto. Culpo-te ainda por se aproximar de mim, causar uma confusão de sentimentos dentro da minha cabeça e coração e depois simplesmente ir embora. E sua sentença aumenta por conseguir roubar minhas noites de sono.
Eu sei, eu sei... você não tem noção de que tudo isso anda acontecendo. Mas acontece. E eu não posso fazer nada além de te culpar. Por que você é o único motivo disso tudo acontecer, mesmo contra sua vontade, por que você me avisou que não queria mais nada comigo. Então mais uma vez eu te culpo só por te culpar. Por que eu quero te ter na minha vida de alguma maneira. Nem que seja como o culpado de tudo isso. Então eu te declaro culpado só pra não te deixar escapar.


E se...


E se eu não demorasse tanto pra compreender que gosto mesmo de você? E se eu não visse tanta dificuldade onde tudo era estupidamente fácil? E se eu abrisse meu coração pra você de primeira? E se eu não tivesse pensado tanto? E se eu não fosse tão difícil? E se eu fosse mais romântica? E se você estivesse mentindo pra mim? E se você estivesse mesmo falando a verdade? E se eu dissesse o que estava sentindo no momento em que estava sentindo? E se você risse de mim? E se você me abraçasse mais? E se você tivesse vergonha de mim? E se você mudasse? E se eu mudasse? E se você não tivesse desistido de mim? E se a gente nem mesmo tivesse se conhecido?


Vontade


Que vontade de gritar. De sumir. De dar um tempo nas coisas, em tudo e em todos. Vontade de sumir pra um lugar onde não exista ninguém, só pra ver se eu consigo ficar sozinha comigo mesma. Só pra ver se todos os problemas desaparecem. Que vontade de desaparecer e não voltar nunca mais. De só voltar quando tudo voltar ao normal, quando eu estiver livre de qualquer vestígio de amor que ainda possa correr em minhas veias. Que vontade absurda de gritar aos quatro cantos que eu to sofrendo. Mas parece que mesmo que eu grite o mais alto possível, ninguém vai se importar. Ninguém vai chegar e me dar um abraço. Maldita vontade de me desligar. Como um brinquedo, que quando você cansa dele, você o deixa jogado por ai. Eu cansei de mim, quero me deixar jogada em um canto qualquer. Eu cansei de tudo.
 Que vontade de gritar sem culpa, sem medo. Gritar bem alto o quanto eu to esgotada, o quanto eu não agüento mais pensar você. Vontade de gritar no seu ouvido que você é o motivo disso tudo. Gritar tão alto que pra você conseguir me calar terá que me dar um beijo. Vontade imensa de ter você. Mesmo assim ainda quero sumir. Quero sumir por que eu não vou te ter nunca mais. Você é dela agora. Que vontade de te dizer que na verdade você é meu. Por que eu ainda te considero assim. Você não é dela porra nenhuma, você é meu e ponto final. Vontade de compreender que acabou. Vontade de seguir em frente. Vontade de ter de volta o passado. Vontade de parar no tempo. É tanta vontade que nem cabe mais dentro de mim. É tanta vontade que nem eu entendo mais.