quarta-feira, 22 de junho de 2011

Central de atendimento


Alô, eu queria fazer uma reclamação. Sim, produto estragado, danificado, expirado ou como você quiser chamar. E agora, gostaria de reclamar dessa companhia de atendimento também. Já é a vigésima vez só essa semana (sim eu contei) que eu ligo pra cá e sou muito mal atendida. A ligação é horrível, o atendimento é péssimo e os funcionários são muito mal educados. Parecem não ouvir o que eu falo, me colocam pra ouvir a porra daquela música insuportável e, quando alguém finalmente me atende, a ligação cai. Mas pra não perder o foco, vamos voltar ao produto. Quero deixar bem claro que vou processar essa empresa por propaganda enganosa. Eu fui lesada e vocês vão pagar, se depender de mim, muito caro por isso. Lembro de ler no panfleto todas as vantagens daquela porcaria de amor, mas não me lembro de ver nenhuma quando o recebi. Muito pelo contrario, só vi coisa ruim naquele negócio. Vocês fizeram até os efeitos colaterais daquela droga parecer inofensivo. O sorriso bobo, o palpitar do coração, o nome cravado na mente... Parecia até bom. Mas vocês esqueceram de colocar lá: Leva a loucura. Ah! Esqueceram de dizer também que é contra indicado a pessoas extremamente sensíveis, como eu no caso. De qualquer forma, o estrago já está feito e gostaria de vos alertar a outros efeitos nada legais: carência, enjôos, falta de ar e taquicardia, sem contar com a insônia.
São por esses e outros motivos que eu exijo uma providência. Adoraria ter de volta o controle da situação, minhas noites perdidas e minha auto-suficiência. É difícil? Meu senhor, difícil é conviver com isso todos os dias. Me compreenda quando digo que esse troço realmente leva a loucura, pois não estou de brincadeira, comecei a ter alucinações, vejo o mesmo rosto em todos os cantos que vou. Não sei se foi azar meu ou todos os produtos são de péssima qualidade. Só sei que gostaria de devolver todas as caixas que solicitei. Não, eu não quero falar com o setor de devoluções. Não! A musica não! Droga! 




sexta-feira, 17 de junho de 2011

Droga de ano ímpar



Cheguei a conclusão que esse ano está passando rápido demais. Foi quando estava pensando em dezembro do ano passado. Todo mundo fazendo diversos e diversos planos, prometendo milhares de coisas, conhecendo algumas pessoas aqui ou reencontrando algumas pessoas ali em alguma dessas festinhas que rolam por ai no final do ano, todo mundo muito animado ou todo mundo muito deprimido. De forma geral, todo mundo contando com 2011, fosse para manter a energia ou quem sabe, receber uma gotinha de animo qualquer. Eu estava no meio de todo mundo. Por que eu fiz planos, fiz promessas, conheci e reencontrei gente, fiquei animada de andar por ai com um sorriso de orelha a orelha e deprimida de morrer na próxima esquina. Eu, assim como muita gente, esperei, com todas as minhas expectativas e toda ansiedade que Deus me deu, que 2011 chegasse logo e com ele viesse um bocado de realizações e, claro, só felicidades.
Apesar de 2010 ter sido um ano maravilhoso pra mim, eu acreditei que poderia melhorar. Claro, sou ser humano e nunca estou satisfeita com nada. Além do mais, tenho mania de perfeição, pra mim nada nunca está bom o suficiente. Isso fode com a minha vida. No entanto, apostei todas as minhas fichas no ano que estava pra nascer. Esperei que todos os problemas morressem assim que o relógio marcasse meia noite. Assim como esperei que tudo de bom se tornasse eterno na meia noite também. Esperei, criei expectativa e quebrei a cara.
Foi pensando em todos os meus planos, minhas promessas e nos desejos que fiz no último minuto do último dia do ano, que eu percebi que o tempo está correndo cada vez mais rápido. O tempo está realmente voando e a brisa que bate no meu rosto alerta: eu não fiz nem metade do que pretendia. Junho chegou com um ar desesperador me lembrando que minha vida não está nada boa. Assim como meu guarda-roupa, minha vida anda uma bagunça. Só eu consigo me achar lá dentro e ninguém ousa se aproximar com medo de sair um bicho dali. Junho chegou pra me lembrar que eu era feliz e não sabia. Meu Deus, como eu era feliz. E eu que pensava que 2011 seria o melhor ano pra se viver de verdade, aqui estou eu só existindo.  


terça-feira, 7 de junho de 2011

Isso aqui? Mais um texto de merda.



Não conversar mais contigo, te ver por ai com qualquer uma que não seja eu, não receber mais suas mensagens, não saber mais nada sobre você, não ser mais a primeira que você procura quando chega a algum lugar, não saber mais o que te faz feliz no momento, não poder te contar mais o que aconteceu de interessante comigo nem saber o que aconteceu de interessante contigo. Tudo isso é fichinha perto da dor que essa sua indiferença ta me causando. Saber que você não se importa, que nada disso te faz falta e que você está vivendo muito bem longe de mim, saber que você conseguiu me substituir tão rápido magoa muito e eu queria que você soubesse disso. Perceber que você conversa com todo mundo, distribui sorrisos por ai, espalha sua felicidade para todos e todos sabem mais de você que eu. E você simplesmente não se preocupa em saber que eu estou alheia a tudo isso, morrendo de vontade do contrário, morrendo de vontade de participar dessa tua alegria e estar lá, do teu lado, quando todos forem embora. Por que sim, eu ficaria do seu lado o tempo que fosse preciso, basta você dizer que quer. Machuca demais ver que pra você não mudou nada esse distanciamento e machuca mais ainda saber que foi você que decidiu assim. Odeio essa sua urgência em viver, que no primeiro problema, fez o favor de te arrastar pra longe de mim sem direito a segundas chances. Afinal, pra quê se prender a uma figurinha quando se tem um álbum todo para preencher?
Eu só queria que você soubesse que eu sinto sua falta todos os dias. Na verdade, eu queria mesmo era te dizer tudo isso olhando nos teus olhos, mas não dá. Então eu escrevo. Uma vontade absurda de jogar todos esses textos de merda na sua cara e dizer que é tudo sobre você. Tudo. Que essa minha indiferença toda é só uma farsa pra me proteger dessa sua, que é tão sincera. Esse meu sorriso que você vê? Esse só faz parte do pacote, é farsa também. Perto desse teu, tão verdadeiro, quando rir ao lado de uma qualquer. No fundo, eu toda me tornei uma farsa, fingindo pelos cantos que te superei. Tudo só pra não parecer tão idiota perto desse seu eu tão verdadeiro, que realmente seguiu em frente, sem nenhuma saudade do que ficou pra trás.