segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A primeira vez



Não imaginei que aquilo fosse acontecer naquela noite. Muito menos daquele jeito. Foi algo inesperado e até meio sem sentido. De certa forma, gostei. Confesso que se tivesse me preparado seria bem melhor, mas esse tipo de coisa acontece com qualquer um, não é mesmo? Pelo menos é o que dizem por ai, todo mundo tem a sua primeira vez.
Foi o seguinte: me produzi toda esperando chegar em um coquetel, mas os planos mudaram e eu fui parar em uma boate num bairro movimentado da minha cidade. É isso, nos meus quinze aninhos de vida eu nunca tinha ido a uma. A experiência foi um tanto constrangedora, estava com meus pais e por mais descontraídos que os dois sejam, continuam sendo meus pais. No início me senti um peixe fora d’agua, e não deixava de ser. A pouca luz do lugar só contribuía para eu achar todo mundo muito igual: as mulheres com as mesmas saias curtíssimas de cintura alta e todos os homens com as mesmas camisas pólo. E lá estava eu, com minha calça jeans e jaqueta. A única coisa que me aproximava do pessoal era meu salto, que por sinal, doía muito no meu pé.
Assim que cheguei, achei tudo horrível, detestei. Estava desconfortável, queria ir para o coquetel, a música estava aguda demais e derrubaram bebida no meu cabelo, maldita hora que resolvi sair de casa. Passou uma hora e nesse tempo eu acabei achando o lugar até legalzinho, o sofá era bem macio e aconchegante e meu cabelo já estava quase seco, não foi de todo o mal. Depois começaram a tocar um forrozinho. Que boate mais eclética, vejam só. Ou será que todas são assim? Adoro forró. Adorei esse lugar. Mãe, meu aniversario ano que vem vai ser lá, ta? Um cara já tinha passado por mim milhares de vezes... Ou será que foi outro? Sei lá, mas ele era bonitinho. Porra, mãe e pai!
No fim da história ou no fim da noite, eu já estava cantando e dançando. Sozinha. E mesmo assim estava me divertindo. Sabe, no inicio não gostei, mas depois foi legal. Quero repetir a dose, afinal, dizem que a primeira vez nunca é isso tudo, nunca é cem por cento boa. Da segunda em diante a gente aproveita muito mais, fica mais descontraída, mais relaxada. Talvez seja bem melhor.


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