- Foi lindo.
- Foi só sexo.
- Não, fizemos amor!
- Ninguém faz amor. Fizemos sexo.
- Claro que não. Ah, vai dizer que você não percebeu a magia daquele ato.
- Quer saber uma coisa mágica que eu percebi?
- O que? Como foi uma noite inesquecível?
- Não. Você teve um orgasmo.
- Não seja grosso!
- Você não reclamou ontem a noite.
- Pare de menosprezar nossa noite juntos.
- Não to menosprezando, no geral, foi uma noite muito boa.
- O que você quer dizer com “no geral”? Foi uma noite única.
- Realmente, hoje faremos diferente. O que acha de mudarmos a posição?
- Não vou mudar coisa nenhuma!
- Meu amor, mudar é sempre bom.
- Então mude sua concepção: fizemos amor, não fizemos?
- Fizemos o que você quiser. Ou melhor, faremos. Eu. Você. Hoje à noite.
- Pode parar com a brincadeira e me levar a sério?
- Claro. Posso te levar pra cama também, se você quiser.
- Basta!
- O que foi? Não quer ir pra cama? O que acha do balcão da cozinha, então? Sofá? Chão? Todo lugar é lugar.
- Você não está considerando meus sentimentos.
- Que calúnia! Claro que estou.
- Não está! Quer saber? Cansei. Vou arrumar minhas coisas e vou pra minha casa.
- Ótimo. Sua casa então. Ta combinado. Te encontro às 9.
- Idiota. Cara-de-pau. Não se atrase.